29 de novembro de 2007

Consumidores têm R$ 300 milhões de prejuízo ao ano em compras feitas em sites falsos na internet

Comprar pela Internet engloba tudo o que grande parte dos consumidores necessitam: Conforto, praticidade, rapidez e, em muitos casos, preços bem mais interessantes do que das lojas físicas. Sem contar o atendimento, que às vezes é melhor fazer você mesmo do que encarar um vendedor despreparado ou mal-educado.

Quando o produto chega no prazo combinado e sem qualquer defeito, o processo todo é perfeito. No entanto, nem sempre as histórias de compras pela Internet são um "conto de fadas". Milhares de consumidores são vítimas, todos os dias, de verdadeiras quadrilhas que montam falsas empresas virtuais, fazem vendas por algumas semanas, não entregam sequer um produto e, no final, fecham a loja e abrem outras indiscriminadamente.

Numa pesquisa elaborada pelo Reclame Aqui (www.reclameaqui.com.br), o maior ponto de encontro de consumidores descontentes do país, este ano foram registrados cerca de R$ 3 milhões de prejuízo de consumidores cadastrados que compraram pela Internet e não receberam. Embora sejam compras variadas, cerca de 92% são eletrônicos e produtos de informática. Entre os campeões de encomendas não entregues estão câmeras digitais, notebooks, computadores e acessórios de informática. Uma estimativa do site indica que o prejuízo com falsas vendas online em todo Brasil pode chegar a R$ 300 milhões por ano, e o Natal é responsável por 20% deste valor.

Segundo Maurício Vargas, diretor do Reclame Aqui, as grandes causas desse quadro são o excesso de confiança do consumidor e a tentação de comprar produtos muito mais baratos que o normal. "Como as quadrilhas não têm muito tempo até serem descobertas, elas precisam trabalhar com preços tentadores para atrair o máximo de público possível. Com isso, o consumidor acaba se esquecendo de checar vários detalhes para se certificar de que aquela empresa é realmente idônea e compra por impulso", complementa.

Dicas úteis

Entre os cuidados que o consumidor deve tomar antes de fazer compras pela Internet está confirmar o CNPJ da empresa vendedora acessando o site da Receita Federal. Se houver qualquer diferença das informações que passarem da ficha cadastral, desconfie. Um endereço diferente indica que é um CNPJ falso. Qualquer depósito que tenha que ser feito deve constar o nome da razão social da empresa; caso peçam para fazer em outro nome, não faça.

É importante também o consumidor verificar o endereço físico e checar algum vizinho próximo para confirmar se a empresa realmente existe. É bom desconfiar de contatos que só utilizem celular, uma vez que muitas quadrilhas evitam os telefones fixos para não serem facilmente descobertas.

Para tirar a "prova dos 9", peça que a empresa envie um e-mail com todas as informações possíveis. Isto já faz a quadrilha que está do outro lado pensar duas vezes e não enviar, uma vez que é mais fácil rastrear o foco do crime. Se chegar alguma mensagem, verifique se o domínio do e-mail é igual ao domínio do site.

Com tantas falcatruas virtuais registradas, o site Reclame Aqui tornou-se um referencial para muita gente que pretende comprar pela Internet e precisa certificar-se da idoneidade da loja. Só em 2007, foram mais de 5 milhões de pessoas que acessaram o site para reclamar ou ver as reclamações.

Como funciona

Além de reclamar sobre empresas que não entregam produtos, o Reclame Aqui permite também, gratuitamente, que o consumidor faça sua queixa de qualquer empresa que tenha vendido produtos ou serviços em desacordo com o que foi contratado.

O serviço funciona da seguinte maneira: Assim que uma reclamação é inserida no site, um e-mail é encaminhado diretamente ao Serviço de Atendimento ao Consumidor da reclamada. Se a reclamação sequer é respondida pela empresa, a bronca fica no ar acompanhada de um carinha triste na cor vermelha. Uma carinha alaranjada sem qualquer expressão indica que a reclamação foi respondida, mas o problema não foi resolvido. Uma carinha alegre azul indica que a pergunta foi respondida e o problema resolvido.

Entre as empresas mais reclamadas estão a do setor de telefonia, bancos, serviços públicos, vendas online (incluindo empresas conhecidas), financeiras, companhias aéreas e fabricantes de celulares.

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