24 de junho de 2008

Cientistas usam Flickr para criar software capaz de identificar o local onde uma fotografia foi tirada

E se você pudesse ter um programa que identificasse direitinho o lugar onde uma velha fotografia foi tirada? Seria o máximo, nestes dias em que a nossa memória vagueia diante de tanta informação. Pois é num projeto assim que trabalham James Hays e Alexei Efros, da Universidade de Carnegie-Mellon, nos EUA. A idéia deles é criar um software capaz de identificar o local mostrado numa foto, baseado em tecnologias como GPS e em comparações de dados, incluindo pontos de referência visuais e dados estatísticos.

O interessante do projeto é que ele está alimentando a "inteligência" do programa desenvolvido com os seis milhões de fotos marcadas com GPS que constam das coleções do site Flickr. Os cientistas explicam, na descrição do projeto, como a coisa vai funcionar. Mostram algumas fotos, logo de cara. Uma delas é facilmente reconhecível - a catedral Notre Dame, em Paris. Outra é uma praia não identificada. Pode ser difícil achá-la, dizem Hays e Efros... mas e se você, sabendo que é uma praia tropical, eliminar do contexto de identificação todos os territórios do planeta que não têm litoral e não são tropicais? Isso já tiraria da tarefa de identificação "mais de 99,9% da área terrestre", explicam eles.

O programa trabalharia assim, reduzindo o universo possível de localização - e perguntando também coisas como: qual a temperatura do lugar (os mais frios seriam igualmente eliminados), sua topografia, quem viveria ali, etc. Além disso, seria capaz de comparar detalhes das imagens com os pontos de referência de seu banco de dados. Para fazer o software "queimar a mufa", os cientistas reduziram bem o universo do Flickr e criaram um conjunto de fotos coerente para obter uma amostragem dos testes. Mesmo que tivessem ficado nos seis milhões de todo o Flickr, há coisas que não serviriam para análise, como imagens pessoais etc. Os resultados da pesquisa até agora mostram acertos de localização do programa em 25% dos casos.

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